domingo, 18 de agosto de 2024

Breve Rascunho Sobre a pré-história da Rozenblit

        Apresento aqui aos amigos discófilos depois de um hiato de algum tempo, o "elo perdido" na transformação dos irmãos comerciantes varejistas em fabricantes de discos: o embrião de uma das maiores histórias de sucesso do mercado fonográfico brasileiro, a Fábrica de Discos Rozenblit.

Em 1955, os irmãos Rozenblit se aventuraram na fabricação de discos e lançaram no mercado - sob o recém-batizado selo Mocambo - um disco de 78 rpm com o número de catálogo 15.000 e código de matrizes R-500 para o lado A e R-501 para o lado B.



*Primeiro disco comercial do selo Mocambo. Acervo Particular.

Os discos foram curiosamente prensados pela Sinter, aqui no Rio de Janeiro, pois o futuro maior polo industrial fonográfico fora da região Sudeste — a Fábrica Rozenblit — ainda não estava pronto.

Poucos sabem, porém, que antes de fabricarem discos, os irmãos Rozenblit possuíam duas lojas varejistas em Recife, nas quais vendiam toda a sorte de produtos — inclusive discos nacionais e importados — e, de forma pioneira, ofereciam uma cabine de gravação e corte de acetatos para gravações informais.




*Este é um desses acetatos, acompanhado de sua raríssima capinha original, acervo de Cristiano Grimaldi

Nos quase 30 anos de colecionismo ativo, desconheço outra capa ou acetato semelhantes.

Pelo design gráfico e grande influência do Art Déco, estimo uma data posterior à Segunda Guerra Mundial, mas ainda nos anos 1940.

Conhecendo a história da fábrica, não poderia ser diferente: em um dos lados temos uma música de Capiba, nome radicado na praça desde a década de 30.

O seu famoso e estimado Paêbirú não existiria sem discos como este aqui.

Por fim, deixo aqui meus agradecimentos ao amigo Cristiano Grimaldi pelas imagens e conteúdo que enriquece nossa tão deficiente história fonográfica.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Morre o Pesquisador e Crítico Musical José Ramos Tinhorão

*José Ramos Tinhorão em sua biblioteca - Foto: Folhapress

O pesquisador e crítico musical José Ramos Tinhorão morreu aos 93 anos, em São Paulo, nesta terça-feira, dia 3. A informação foi confirmada pela Editora 34, responsável pela publicação da maioria dos livros do historiador.

Natural de Santos (SP), nasceu em 07 de fevereiro de 1928. José Ramos foi morar no Rio ainda criança e se formou em Direito e Jornalismo. Ele começou a atuar em veículos de comunicação no começo dos anos 50.

Iniciou sua carreira jornalística em 1951, vendendo reportagens para a "Revista da Semana" (RJ) e para a "Revista Guaíra de Curitiba" (PR), além de entrar para o jornal carioca "Última Hora", como repórter da seção "Na Hora H", do cronista Jacinto de Tormes. Em 1959, assinou contrato com o "Jornal do Brasil", atuando como redator e colaborador dos "Cadernos de Estudos Brasileiros" e "Caderno B". Lançou em 1966 seus dois primeiros livros, "A província e o naturalismo", uma pesquisa sobre o escritor cearense Manuel de Oliveira Paiva e os movimentos culturais do Ceará , e "Música popular: um tema em debate". Atuou como redator das revistas "Veja", "Lar Moderno" e "Nova Cosmopolitan", da Editora Abril, em 1968.

*Foto: Arquivo Nacional

Ao longo de sua trajetória intelectual atuou nos jornais "Jornal dos Sports", "Correio da Manhã", "Última Hora" e "O Jornal", nas revistas "Senhor", "Chuvisco e Farpa", e na TV Excelsior, TV Rio e TV Globo. 

Escreveu os seguintes livros sobre a história da música popular: 

  • "Música popular: um tema em debate" (1966); 
  • "O samba agora vai: A farsa da música popular no exterior" (1969); 
  • "Música popular: cinema e teatro" (1972); 
  • "Música popular de índios, negros e mestiços" (1972); 
  • "Pequena história da música popular: Da modinha à canção de protesto" (1975), que recebeu uma série de modificações, atualizando-se em novas edições, 
  • "Os sons dos negros no Brasil: cantos, danças, folguedos: origens (1988); 
  • "A música popular no romance brasileiro -Vol 1: século XVIII - século XIX" (1992); 
  • "As origens da canção urbana, Lisboa, Portugal" (1997); 
  • "As festas do Brasil colonial" (1999); 
  • "A imprensa carnavalesca (Um panorama da linguagem cômica) (1999); 
  • "Cultura popular. Temas e questões" (2001); 
  • "Música popular: o ensaio é no jornal" (2001); 

Ainda teve editados em Portugal os livros "Os negros em Portugal. Uma presença silenciosa" (1988 e 1998); "História social da Música Popular Brasileira" (1990) e "Danças do Brasil" (1992).

Segundo comunicado, Tinhorão estava internado com pneumonia há dois meses e tinha a saúde afetada pela idade e por um AVC que sofreu há 3 anos. O enterro acontece na quarta (4), em São Paulo.

Fontes: 

https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2021/08/03/jose-ramos-tinhorao-pesquisador-e-critico-musical-morre-aos-93-anos.ghtml

https://dicionariompb.com.br/jose-ramos-tinhorao/biografia

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Cem anos sem "O Maior Tenor que o Mundo já Viu"

Neste dia 02 de agosto, completam-se 100 anos da morte do grande tenor Enrico Caruso (1873-1921). Nascido em Nápoles, berço de grandes artistas italianos, foi o primeiro cantor clássico a atrair grandes plateias em todo o mundo e ainda hoje figura entre os maiores intérpretes clássicos da história. Sua interpretação de Vesti la giubba, da ópera Il Pagliacci, foi a primeira gravação na história a vender 1 milhão de cópias.


Começou a carreira em 1894, aos 21 anos de idade, na cidade natal. Recebeu as primeiras aulas de canto de Guglielmo Vergine. Atuou, entre outras óperas, na estreia de Fedora e La Fanciulla del West, do compositor italiano Giacomo Puccini. As mais famosas interpretações foram como Canio na ópera I Pagliacci, de Leoncavallo e como Radamés, em Aida, de Giuseppe Verdi. Na metade da década de 1910 já era conhecido internacionalmente. Era constantemente contratado pela Metropolitan Opera de Nova Iorque, relação que persistiu até 1920. Caruso foi eternizado pelo agudo mais potente já conhecido, e por muitos considerado o melhor cantor de ópera de todos os tempos.


* Primeira fotografia de Caruso aos 21 a, após uma apresentação: note que, por falta de roupa adequada, ele envolveu-se em um lençol

Caruso apostou na nova tecnologia de gravação de som em discos de cera e fez as primeiras 20 gravações em Milão, em 1895, quando muitos acreditavam que o disco não passaria de um brinquedo para ricos. Em 1903, foi para Nova Iorque e, no mesmo ano, deu início a gravações fonográficas pela Victor Talking Machine Company, antecessora da RCA-Victor. Caruso foi um dos primeiros cantores a gravar discos em grande escala, apostando numa "jogada de marketing". A indústria fonográfica e o cantor tiveram uma estreita relação, que ajudou a promover comercialmente a ambos, nas duas primeiras décadas do século XX. Suas gravações foram recuperadas e, remasterizadas, encontraram o meio moderno e duradouro de divulgação de sua arte no disco compacto, CD.


*Gravação que foi recordista de vendas do Caruso. Foto da Internet

O compositor lírico Giacomo Puccini e o compositor de canções populares Paolo Tosti foram seus amigos e compuseram obras especialmente para ele.

O repertório de Caruso incluía cerca de sessenta óperas, a maioria delas em italiano, embora ele tenha cantado também em francês, inglês, espanhol e latim, além do dialeto napolitano, das canções populares de sua terra natal. Cantou perto de 500 canções, que variaram das tradicionais italianas até as canções populares do momento.


O repertório operístico de Caruso consistia principalmente em obras italianas, juntamente com alguns papéis em francês. Ele também apresentou duas óperas alemãs, Lohengrin de Wagner e Die Königin von Saba de Goldmark, cantando em italiano, no início de sua carreira.


*Caruso por Ele Mesmo. Nas horas vagas, o célebre tenor esboçava caricaturas dele mesmo - atuando ou cantando...

Sua vida foi tema de um filme norte-americano, permeado de ficção, intitulado O Grande Caruso (The Great Caruso), de 1951, com o cantor lírico Mario Lanza interpretando Caruso. Devido ao seu conteúdo altamente ficcional, o filme foi proibido na Itália.

No filme Fitzcarraldo de Werner Herzog, com Klaus Kinski no papel de Fitzcarraldo, aparece, no início da projeção, uma entrada de Caruso na Ópera de Manaus, no Brasil, onde Caruso de fato nunca se apresentou.

Os últimos dias da sua vida são narrados de forma romantizada na canção Caruso, de Lucio Dalla (1986). Faleceu em 02 de agosto de 1921 no Grand Hotal Vesúvio, em Nápoles - sua terra natal - , vitimado por uma pleurisia.

Fonte: Wikipedia

OBS.: Peço desculpas aos leitores do blog pela minha ausência, motivado pela vida secular e com um "empurrãozinho" da pandemia. Cuidem-se!

sábado, 2 de novembro de 2019

Morre o cantor Silvinho



      O cantor Silvinho, cujo grande sucesso musical foi a canção "Quem É?" faleceu em Petrópolis, sua cidade natal, nessa madrugada do dia 02 de novembro, aos 87 anos. Nascido Silvio de lima aos 05 de dezembro de 1931, participou de diversos conjuntos musicais nos anos 50 e 60 (Os Vocalistas, Os Trovadores, Trio Quitandinha e Conjunto Harmonia). Fez sua primeira composição em 1946, "Assim como as flores morrem" e seu primeiro grande sucesso foi "Quem é?", que o projetou na carreira solo no início dos anos 60, chegando a ser gravada por nomes como Bienvenido Granda e Gregorio Barrios, vendendo milhares de cópias no Brasil e exterior. Gravou cerca de 50 LPs, 25 compactos e 50 CDs. 
Resultado de imagem para silvinho cantorTrabalhou como cantor na Rádio Nacional e em diversas emissoras de rádio e televisão  do Rio de janeiro e São Paulo e conquistou inúmeras premiações como o Troféu Roquette Pinto, Buzina do Chacrinha e Chico Viola. O corpo está sendo velado na Capela Oswaldo Cruz e seu sepultamento está previsto para às 16:30.
Fontes: https://tribunadepetropolis.com.br/morre-em-petropolis-o-cantor-silvinho
             Wikipedia.com

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Centenário de Nelson Gonçalves - Último bastião da boemia

Ele rompeu os anos do iê-iê-iê e da bossa nova incólume - criticando a própria bossa nova e seus intérpretes "um gaiato cantando sem voz um samba sem graça desafinado que só vendo..." e chega hoje aos 100 anos comemorado e lembrado como um dos maiores expoentes da Música Popular Brasileira.*

Nélson Gonçalves, nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral (Santana do Livramento, 21 de junho de 1919 — Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998), foi um cantor e compositor brasileiro. Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 81 milhões de cópias vendidas, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões. Seu maior sucesso foi a canção "A Volta do Boêmio".


Nasceu e passou parte da infância no interior do Rio Grande do Sul. Aos sete anos mudou-se com seus pais, portugueses de Lisboa, para São Paulo. Estavam em busca de melhores condições de vida, e foram viver em uma casa alugada no bairro do Brás. Nesta época, passou a ajudar seu pai no sustento do lar, quando passou a ser levado por ele para praças e feiras, onde, enquanto seu pai tocava violino, Nelson cantava, agradando os transeuntes e ganhando gorjetas. Para sustentar a família, seu pai também vendia frutas na feira e fazia serviços de pedreiro.

*Nelson Gonçalves à esquerda e João Dias à direita, década de 50

Sua família era muito humilde e por isto, Nelson teve que abandonar os estudos no início de sua adolescência, para ajudar de fato o pai a sustentar o lar. Trabalhou como jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro. Querendo ganhar mais dinheiro e seguir uma profissão, se inscreveu em concursos de luta e venceu, tornando-se lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo, aos dezesseis anos de idade, o título de campeão paulista de luta. Após o prêmio, só ficou mais um ano lutando, pois queria investir em seu sonho de infância: Ser artista.

Mesmo com o apelido de "Metralha", por causa da gagueira, tomou coragem e não se deixou levar pelos preconceitos, e decidiu ser cantor, após deixar os ringues de luta. Em uma de suas primeiras bandas, teve como baterista Joaquim Silva Torres. Foi reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente foi admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo depois, passando a trabalhar como pedreiro.



*Primeiro disco (78 rpm) de Nelson Gonçalves gravado em 1941. Acervo particular.

Ganhador de um prêmio Nipper da RCA, dado aos que permanecem muito tempo na gravadora (50 anos de contrato), sendo somente Elvis Presley o outro agraciado. Durante sua carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns, vendeu cerca de 75 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina. "Ele foi uma espécie de resistência, juntamente a Luiz Gonzaga. Um defendendo a música nordestina e outro, a música romântica, eles foram resistência na época da Bossa Nova e do ritmo americano trazido pela Jovem Guarda. Nelson alcançou os anos 1990 com grande cartaz nacional", considera Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez.



Para marcar seu centenário, os Correios lançaram um selo comemorativo. O selo será apresentado no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Quanto às demais histórias do velho Metralha, seriam vãs repetições daquilo que conhecemos... Ou, nas palavras de meu avô, "morre o homem, fica o nome".

Fonte: Wikipedia
            Portal Press
            Diário do Nordeste

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Morre a Eterna Sapoti

Faleceu na madrugada desse último dia 29 uma das últimas Rainhas do Rádio, Ângela Maria, em decorrência de uma infecção. "Comecei a cantar com 12, 13 anos na Igreja Batista. Eu fugia do culto e ia para a rádio participar do programa de calouros. Ganhei todos os concursos de rádio sem a família saber. Escondia (os prêmios) dentro de uma caixa de sapato embaixo da cama", revelou a cantora em entrevista há um ano para o programa "The Noite", de Danilo Gentili.

Nome artístico

Abelim Maria da Cunha nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro. Ela passou a infância em Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti. Filha de pastor protestante, desde menina cantava em corais de igrejas.

Ela foi operária tecelã e inspetora de lâmpadas em uma fábrica da General Eletric, mas queria ser cantora de rádio apesar da oposição da família.

Por volta de 1947, começou a frequentar programas de calouros e passou a usar o nome Ângela Maria, para não ser descoberta pelos parentes.



Apresentou-se no “Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial); na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na Rádio Nacional; no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi; e do “Trem da Alegria” - programa dirigido por Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli, na Rádio Nacional.

Era do rádio

Em 1948, começou a cantar na casa de shows Dancing Avenida, onde foi descoberta pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho. Eles a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Rádio Mayrink Veiga. Após um teste, ela começou carreira na emissora.

Em 1951, gravou pela RCA Victor os sambas “Sou feliz” e “Quando alguém vai embora”. No ano seguinte, sua gravação do samba “Não tenho você” bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira.

Quando decidiu tentar a carreira de cantora, Angela Maria abandonou os estudos, o trabalho na indústria e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso.

Fonte: G1.com

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Meio Século sem a Voz Orgulho do Brasil

Há exatos 50 anos morria num quarto do Hotel Normandie, em São Paulo, quando se preparava para gravar um programa de televisão, onde seria homenageado pelo Movimento Tropicalista. Antônio Vicente Filipe Celestino (Rio de Janeiro RJ 12 de setembro de 1894 - São Paulo SP 23 de agosto de 1968). Cantor, compositor e ator. Filho de um casal de imigrantes calabreses e irmão dos cantores João (baixo), Pedro (tenor) e Radamés (barítono), e do ator Amadeu. Começa a cantar aos oito anos no grupo Pastorinhas da Ladeira do Viana. Aprende o ofício de sapateiro com o pai e desenho industrial no Liceu de Artes e Ofícios. 

Desde criança assiste às companhias líricas que passam pelo Rio de Janeiro. Em 1903, aos nove anos, desperta a atenção do tenor italiano Enrico Caruso ao participar de um coro infantil da ópera Carmen, de Georges Bizet (1838 - 1875). A partir do início dos anos 1910, passa a se apresentar em festas, serenatas, casas de chope, teatros de revista, operetas e burletas - principalmente no Teatro São José, em São Paulo, que o contrata como corista em 1915. Nesse ano grava a valsa Flor do Mal (Santos Coelho e Domingos Corrêa), na Casa Édison (RJ). Em 1917, inicia o estudo do canto lírico no Teatro Municipal, depois de recusar convite para estudar em Milão, Itália, devido à proibição de seu pai. Entre 1917 e 1923, canta importantes óperas e operetas e participa de burletas, período em que começa a cruzar o país com apresentações musicais ou teatrais. Também em 1917, grava Urubu Subiu, desafio sertanejo com Bahiano, o cantor de Pelo Telefone. Em 1921, integra o elenco na ópera Tosca, de Giacomo Puccini (1858 - 1924), e Aida, de Giuseppe Verdi (1813 - 1901) no Teatro Lírico. É um dos primeiros a gravar discos pelo sistema elétrico, lançando, em 1928, Santa (Freire Júnior). Em 1929, grava o samba-canção Linda Flor (Henrique Vogeler e Cândido Costa) e o tango-fado Luar de Paquetá (Freire Júnior e Hermes Fontes), pela gravadora Odeon.

*Primeiro disco do Vicente na Odeon, extinta Casa Edison.

É digno de nota e também publicado anteriormente nesse mesmo espaço, um disco inédito em sua discografia, prensado pela Popular, em 1919 ou 1920, mesma gravadora de estreia de Francisco Alves. Em todas as pesquisas feitas na internet, constam apenas três gravadoras, que Vicente gravou: Odeon (1915-1928), Columbia (1930-1934) e Victor (1935-1968), ficando a Popular esquecida - ou desconhecida da maioria dos pesquisadores.

Fã do tenor italiano Enrico Caruso (1873 - 1921) e do ator, cantor e humorista francês Maurice Chevalier (1888 - 1972), Vicente Celestino é dono de uma popularidade que atravessa gerações. Ao lado de Francisco Alves (1898 - 1952), é um dos raros cantores brasileiros (entre tenores e barítonos) que migra com sucesso da era da gravação mecânica - dominante nos anos 1920 e que exige dos intérpretes potente emissão vocal - para a fase elétrica (1927). No novo sistema, A Voz Orgulho do Brasil - como é conhecido - grava cerca de 137 discos em 78 rpm com 265 músicas, 10 compactos e 31 LPs, que incluem reedições dos 78 rpm.

Por fim, fica aqui o raro registro do Vicente na Popular. Peço desculpas aos colegas pela precária qualidade do vídeo, bem como do áudio.