Apresento aqui aos amigos discófilos depois de um hiato de algum tempo, o "elo perdido" na transformação dos irmãos comerciantes varejistas em fabricantes de discos: o embrião de uma das maiores histórias de sucesso do mercado fonográfico brasileiro, a Fábrica de Discos Rozenblit.
Em 1955, os irmãos Rozenblit se aventuraram na fabricação de discos e lançaram no mercado - sob o recém-batizado selo Mocambo - um disco de 78 rpm com o número de catálogo 15.000 e código de matrizes R-500 para o lado A e R-501 para o lado B.
Os discos foram curiosamente prensados pela Sinter, aqui no Rio de Janeiro, pois o futuro maior polo industrial fonográfico fora da região Sudeste — a Fábrica Rozenblit — ainda não estava pronto.
Poucos sabem, porém, que antes de fabricarem discos, os irmãos Rozenblit possuíam duas lojas varejistas em Recife, nas quais vendiam toda a sorte de produtos — inclusive discos nacionais e importados — e, de forma pioneira, ofereciam uma cabine de gravação e corte de acetatos para gravações informais.
*Este é um desses acetatos, acompanhado de sua raríssima capinha original, acervo de Cristiano Grimaldi
Nos quase 30 anos de colecionismo ativo, desconheço outra capa ou acetato semelhantes.
Pelo design gráfico e grande influência do Art Déco, estimo uma data posterior à Segunda Guerra Mundial, mas ainda nos anos 1940.
Conhecendo a história da fábrica, não poderia ser diferente: em um dos lados temos uma música de Capiba, nome radicado na praça desde a década de 30.
O seu famoso e estimado Paêbirú não existiria sem discos como este aqui.
Por fim, deixo aqui meus agradecimentos ao amigo Cristiano Grimaldi pelas imagens e conteúdo que enriquece nossa tão deficiente história fonográfica.
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