Faleceu na madrugada desse último dia 29 uma das últimas Rainhas do Rádio, Ângela Maria, em decorrência de uma infecção. "Comecei a cantar com 12, 13 anos na Igreja Batista. Eu fugia do culto e ia para a rádio participar do programa de calouros. Ganhei todos os concursos de rádio sem a família saber. Escondia (os prêmios) dentro de uma caixa de sapato embaixo da cama", revelou a cantora em entrevista há um ano para o programa "The Noite", de Danilo Gentili.
Nome artístico
Abelim Maria da Cunha nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro. Ela passou a infância em Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti. Filha de pastor protestante, desde menina cantava em corais de igrejas.
Ela foi operária tecelã e inspetora de lâmpadas em uma fábrica da General Eletric, mas queria ser cantora de rádio apesar da oposição da família.
Por volta de 1947, começou a frequentar programas de calouros e passou a usar o nome Ângela Maria, para não ser descoberta pelos parentes.
Apresentou-se no “Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio Clube do Brasil (hoje Mundial); na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na Rádio Nacional; no programa de calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi; e do “Trem da Alegria” - programa dirigido por Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli, na Rádio Nacional.
Era do rádio
Em 1948, começou a cantar na casa de shows Dancing Avenida, onde foi descoberta pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho. Eles a apresentaram a Gilberto Martins, diretor da Rádio Mayrink Veiga. Após um teste, ela começou carreira na emissora.
Em 1951, gravou pela RCA Victor os sambas “Sou feliz” e “Quando alguém vai embora”. No ano seguinte, sua gravação do samba “Não tenho você” bateu recordes de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira.
Quando decidiu tentar a carreira de cantora, Angela Maria abandonou os estudos, o trabalho na indústria e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso.
Fonte: G1.com