sábado, 3 de outubro de 2015

Centenário do Cantor das Multidões

Há exatos 100 anos nascia um dos maiores ícones da Música Popular Brasileira, Orlando Garcia da Silva, ou simplesmente Orlando Silva.

Considerado como um dos Quatro Grandes da Velha Guarda (junto com Francisco Alves, Carlos Galhardo e Sílvio Caldas), podemos dizer que o Orlando é o primeiro cantor de sucesso em massa, que teve numa feliz coincidência com o início da popularização dos programas de rádio no Brasil.

Orlando Silva nasceu num 3 de outubro de 1915, no Engenho de Dentro (rua General Clarindo, hoje rua Augusta), subúrbio do Rio de Janeiro. Seu pai, José Celestino da Silva, era violonista e participou com Pixinguinha de serenatas, peixadas e feijoadas. Orlando viveu por três anos neste ambiente, quando, então, seu pai faleceu vítima da gripe espanhola.

Teve uma infância normal, sempre gostando muito de violão. Na adolescência já era fã de Carlos Galhardo e Francisco Alves, este último um dos responsáveis por seu sucesso. Seu primeiro emprego foi de estafeta da Western, com o salário de 3,50 cruzeiros por dia. Foi então para o comércio e trabalhou como sapateiro, vendedor de tecidos e roupas e trocador de ônibus. Quando desempenhava as funções de office boy, ao saltar de um bonde para entregar uma encomenda, sofreu um acidente, tendo um de seus pés parcialmente amputado, ficando um ano inativo, problema sério, já que sustentava a família.

Foi Bororó, conforme o próprio relata no filme O cantor das multidões que o apresentou a Francisco Alves, que ouviu Orlando cantar no interior de seu carro, decidindo imediatamente lançá-lo em seu programa na rádio Cajuti. Nos seis ou sete anos seguintes, tornou-se um grande sucesso, considerado por muitos a mais bela voz do Brasil, contando inclusive com a estima do próprio presidente Getúlio Vargas. Atraía os fãs de tal forma que o locutor Oduvaldo Cozzi passou a apresentá-lo como "o cantor das multidões", conforme relata no filme com o mesmo nome.

Como muitos cantores, envolveu-se no mundo das drogas ou, como dizia-se na época, "com tóxicos". É possível que estas tenham entrado na vida de Orlando quando, recuperando-se de dolorosa cirurgia nos dentes, ele recorreu aos mesmos derivados de morfina que o haviam aliviado quando operou o pé. 

Uma passagem digna de nota diz respeito a uma das composições de Herivelto Martins, "Apogeu", gravada pelo Francisco Alves: "Depois que você está no apogeu, esqueceu do maior amigo seu. Mas se você fracassar, pode me procurar porque, o pouquinho que tenho chega também pra você", aludindo o afastamento de Orlando do círculo de amigos próximos, sem saberem que era decorrente das drogas e não de orgulho.

O próprio Orlando disse que fez escola situando sua voz entre a do Chico Alves que "tinha voz mas não tinha interpretação" e a do Sílvio Caldas que "tinha interpretação, mas não tinha voz". Seguindo a "tradição" dos grandes cantores brasileiros, caiu no ostracismo, sendo seu último LP de linha o "Orlando Silva, Hoje".

Fonte; Wikipedia
            http://www1.folha.uol.com.br/

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