terça-feira, 3 de agosto de 2021

Morre o Pesquisador e Crítico Musical José Ramos Tinhorão

*José Ramos Tinhorão em sua biblioteca - Foto: Folhapress

O pesquisador e crítico musical José Ramos Tinhorão morreu aos 93 anos, em São Paulo, nesta terça-feira, dia 3. A informação foi confirmada pela Editora 34, responsável pela publicação da maioria dos livros do historiador.

Natural de Santos (SP), nasceu em 07 de fevereiro de 1928. José Ramos foi morar no Rio ainda criança e se formou em Direito e Jornalismo. Ele começou a atuar em veículos de comunicação no começo dos anos 50.

Iniciou sua carreira jornalística em 1951, vendendo reportagens para a "Revista da Semana" (RJ) e para a "Revista Guaíra de Curitiba" (PR), além de entrar para o jornal carioca "Última Hora", como repórter da seção "Na Hora H", do cronista Jacinto de Tormes. Em 1959, assinou contrato com o "Jornal do Brasil", atuando como redator e colaborador dos "Cadernos de Estudos Brasileiros" e "Caderno B". Lançou em 1966 seus dois primeiros livros, "A província e o naturalismo", uma pesquisa sobre o escritor cearense Manuel de Oliveira Paiva e os movimentos culturais do Ceará , e "Música popular: um tema em debate". Atuou como redator das revistas "Veja", "Lar Moderno" e "Nova Cosmopolitan", da Editora Abril, em 1968.

*Foto: Arquivo Nacional

Ao longo de sua trajetória intelectual atuou nos jornais "Jornal dos Sports", "Correio da Manhã", "Última Hora" e "O Jornal", nas revistas "Senhor", "Chuvisco e Farpa", e na TV Excelsior, TV Rio e TV Globo. 

Escreveu os seguintes livros sobre a história da música popular: 

  • "Música popular: um tema em debate" (1966); 
  • "O samba agora vai: A farsa da música popular no exterior" (1969); 
  • "Música popular: cinema e teatro" (1972); 
  • "Música popular de índios, negros e mestiços" (1972); 
  • "Pequena história da música popular: Da modinha à canção de protesto" (1975), que recebeu uma série de modificações, atualizando-se em novas edições, 
  • "Os sons dos negros no Brasil: cantos, danças, folguedos: origens (1988); 
  • "A música popular no romance brasileiro -Vol 1: século XVIII - século XIX" (1992); 
  • "As origens da canção urbana, Lisboa, Portugal" (1997); 
  • "As festas do Brasil colonial" (1999); 
  • "A imprensa carnavalesca (Um panorama da linguagem cômica) (1999); 
  • "Cultura popular. Temas e questões" (2001); 
  • "Música popular: o ensaio é no jornal" (2001); 

Ainda teve editados em Portugal os livros "Os negros em Portugal. Uma presença silenciosa" (1988 e 1998); "História social da Música Popular Brasileira" (1990) e "Danças do Brasil" (1992).

Segundo comunicado, Tinhorão estava internado com pneumonia há dois meses e tinha a saúde afetada pela idade e por um AVC que sofreu há 3 anos. O enterro acontece na quarta (4), em São Paulo.

Fontes: 

https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2021/08/03/jose-ramos-tinhorao-pesquisador-e-critico-musical-morre-aos-93-anos.ghtml

https://dicionariompb.com.br/jose-ramos-tinhorao/biografia

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Cem anos sem "O Maior Tenor que o Mundo já Viu"

Neste dia 02 de agosto, completam-se 100 anos da morte do grande tenor Enrico Caruso (1873-1921). Nascido em Nápoles, berço de grandes artistas italianos, foi o primeiro cantor clássico a atrair grandes plateias em todo o mundo e ainda hoje figura entre os maiores intérpretes clássicos da história. Sua interpretação de Vesti la giubba, da ópera Il Pagliacci, foi a primeira gravação na história a vender 1 milhão de cópias.


Começou a carreira em 1894, aos 21 anos de idade, na cidade natal. Recebeu as primeiras aulas de canto de Guglielmo Vergine. Atuou, entre outras óperas, na estreia de Fedora e La Fanciulla del West, do compositor italiano Giacomo Puccini. As mais famosas interpretações foram como Canio na ópera I Pagliacci, de Leoncavallo e como Radamés, em Aida, de Giuseppe Verdi. Na metade da década de 1910 já era conhecido internacionalmente. Era constantemente contratado pela Metropolitan Opera de Nova Iorque, relação que persistiu até 1920. Caruso foi eternizado pelo agudo mais potente já conhecido, e por muitos considerado o melhor cantor de ópera de todos os tempos.


* Primeira fotografia de Caruso aos 21 a, após uma apresentação: note que, por falta de roupa adequada, ele envolveu-se em um lençol

Caruso apostou na nova tecnologia de gravação de som em discos de cera e fez as primeiras 20 gravações em Milão, em 1895, quando muitos acreditavam que o disco não passaria de um brinquedo para ricos. Em 1903, foi para Nova Iorque e, no mesmo ano, deu início a gravações fonográficas pela Victor Talking Machine Company, antecessora da RCA-Victor. Caruso foi um dos primeiros cantores a gravar discos em grande escala, apostando numa "jogada de marketing". A indústria fonográfica e o cantor tiveram uma estreita relação, que ajudou a promover comercialmente a ambos, nas duas primeiras décadas do século XX. Suas gravações foram recuperadas e, remasterizadas, encontraram o meio moderno e duradouro de divulgação de sua arte no disco compacto, CD.


*Gravação que foi recordista de vendas do Caruso. Foto da Internet

O compositor lírico Giacomo Puccini e o compositor de canções populares Paolo Tosti foram seus amigos e compuseram obras especialmente para ele.

O repertório de Caruso incluía cerca de sessenta óperas, a maioria delas em italiano, embora ele tenha cantado também em francês, inglês, espanhol e latim, além do dialeto napolitano, das canções populares de sua terra natal. Cantou perto de 500 canções, que variaram das tradicionais italianas até as canções populares do momento.


O repertório operístico de Caruso consistia principalmente em obras italianas, juntamente com alguns papéis em francês. Ele também apresentou duas óperas alemãs, Lohengrin de Wagner e Die Königin von Saba de Goldmark, cantando em italiano, no início de sua carreira.


*Caruso por Ele Mesmo. Nas horas vagas, o célebre tenor esboçava caricaturas dele mesmo - atuando ou cantando...

Sua vida foi tema de um filme norte-americano, permeado de ficção, intitulado O Grande Caruso (The Great Caruso), de 1951, com o cantor lírico Mario Lanza interpretando Caruso. Devido ao seu conteúdo altamente ficcional, o filme foi proibido na Itália.

No filme Fitzcarraldo de Werner Herzog, com Klaus Kinski no papel de Fitzcarraldo, aparece, no início da projeção, uma entrada de Caruso na Ópera de Manaus, no Brasil, onde Caruso de fato nunca se apresentou.

Os últimos dias da sua vida são narrados de forma romantizada na canção Caruso, de Lucio Dalla (1986). Faleceu em 02 de agosto de 1921 no Grand Hotal Vesúvio, em Nápoles - sua terra natal - , vitimado por uma pleurisia.

Fonte: Wikipedia

OBS.: Peço desculpas aos leitores do blog pela minha ausência, motivado pela vida secular e com um "empurrãozinho" da pandemia. Cuidem-se!