terça-feira, 20 de maio de 2014

Morre Rinaldo Calheiros

Notícia atrasada, mas digna de nota. Rinaldo Calheiros, cantor, nasceu em Maceió, Alagoas, em 03/12/1926. Formou-se na Escola Técnica da Aeronáutica e foi servir na base aérea de Natal. Porém, um acidente automobilístico fez com que fosse reformado.

Estreou na Rádio Poty de Natal, cidade onde consolidou sua carreira, sendo considerado o astro galã daquela rádio. Em 1951 passou a atuar como vocal no Trio Acaiaca, juntamente com Chico Elion no violão e João Juvanklin no acordeom.



Em 1955 gravou seu primeiro disco, pela Mocambo, interpretando "Se eu fracassar", de Chico Elion. No ano seguinte gravou o samba "Se eu fracassar" e o samba canção Ranchinho de paia, de Chico Elion, e o bolero Minha inspiração, de William Leon e Sílvia Silva.

Em 1957 gravou o frevo canção Ingratidão, de Neusa Rodrigues e José Menezes. Nesse ano, ficou em segundo lugar na escolha para "Rei e Rainha do Rádio" com 177.900 votos. Em 1960 passou a residir em São Paulo, onde gravou inúmeros discos, pelas gravadoras Continental, CBS e Columbia. Gravou com as orquestras Mocambo e Jazz Paraguary.

Em 1961, ingressou na gravadora Copacabana e lançou o LP Em tudo existe o amor, LP no qual interpretou Meu sonho é você, de Altamiro Carrilho e Átila Nunes, Canção do sofrer, de José Messias, Melodia singela, dos Irmãos Orlando, Amor, de Antenógenes Silva e Ernâni Campos, Esperes por mim, de Claudionor Santos e Rubens Machado, Teus ciúmes, de Lacy Martins e Aldo Cabral, Eternamente, de Nelson Castro e Rossini Pacheco, Fracassei, de Cláudio Paraíba e A. Chamarelli, Em tudo existe o amor, de Pachequinho, Antônio Almeida e Nilo Barbosa, e Juro por Maria, de João Barone.

 
*Augusto Calheiros e Rinaldo Calheiros - Tio e sobrinho, mesma verve de cantor...

Em 1962, lançou dois LPs pela Copacabana. O primeiro foi Ouvindo-te com amor gravado em conjunto com a cantora Silvana, disco no qual interpretaram em dueto os tangos Amor, de Antenógenes Silva e Ernâni Campos, Cantando, de Mercedes Simone e versão de Virgínia Amorim, Jura-me, de María Grever, e versão de Osvaldo Santiago, e Onde estás coração, de L. M. Serrano e A. P. Berto, e versão de Ubirajara Silva, e o bolero Eternamente, de Nelson Castro e Rossini Pacheco.

O outro LP lançado  foi Mensagem de amor no qual interpretou tangos e boleros: Mensagem de amor, de Pachequinho, Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti, Diga que sim, de Airton Borges, Que Deus me dê, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, Contigo, de Cláudio Estrada e versão de Julio Nagib, Olhar proibido, de Erasmo Silva, Outro amor, de Antenógenes Silva e Ernâni Campos, Jamais te esquecerei, de Antônio Rago e Juracy Rago, Cristal, de Mariano Mores e José Maria Contursi com versão de Haroldo Barbosa, Nostalgias, de Enrique Cadicamo e J. C. Cobían, e versão de Juraci Rago, Esquina da ilusão, de Luis Roberto e Silvério Neto, Aventureira (El Choclo), de A. Villoldo e M. Catan, com versão de Haroldo Barbosa, e Último ato, de Sergio Malta e Helder Camara.

Faleceu nesse último dia 5 de maio, no Rio de Janeiro.

Fonte: Por onde Canta? - Rinaldo Calheiros

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Centenário de Dorival Caymmi

Nesta quarta-feira, 30 de abril de 2014, completam-se 100 anos do nascimento de Dorival Caymmi, um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. A espontaneidade que marcava as composições do artista faz com que sua obra seja ainda hoje atual. O músico deixou como herança suas canções, inspiradas no mundo que ele via ao seu redor, retratando o mar e a natureza, os pescadores, o povo negro, sua vida na Bahia e no Rio de Janeiro. "Há uns olhos especiais pra ver a música. Primeiro ver a música, depois digerí-la, e transformá-la numa canção. Você vê, vê primeiro", dizia.

Biografia

Nascido em 30 de abril de 1914, em uma casa de pessoas "musicais", como ele mesmo descrevia, Caymmi cresceu assistindo aos saraus promovidos pelo pai, Durval Henrique, em que ouvia a mãe, Aurelina, cantar músicas de variados estilos. Foi ao lado de seu amigo de infância, José Rodrigues de Oliveira, o Zezinho, que Dorival se aventurou pelas ruas de Salvador e teve o primeiro contato com o rádio, cantando na Rádio Clube da Bahia. Nessa época eles formaram o grupo Três e Meio, com os irmãos Deraldo e Luiz no tambor e pandeiro, respectivamente, Zezinho no cavaquinho e Dorival ao violão. Luiz era o irmão menor de Dorival, por isso o nome do conjunto.

O trio "e meio" se divertia reproduzindo músicas de Noel Rosa e Carmem Miranda, que eram sucesso na época. Mas mesmo fazendo apresentações e recebendo alguns cachês com seu trabalho, Caymmi não enxergava a música como atividade profissional, e resolveu viajar ao Rio de Janeiro para cursar direito. A capital fluminense foi palco para a descoberta definitiva do artista Dorival Caymmi. Na rádio Tupi, Teófilo de Barros Filho se impressionou com o jovem baiano recém-chegado à cidade e logo o apresentou à cantora Carmem Miranda - que daria projeção internacional a algumas de suas canções. Em pouco tempo, Dorival passou a integrar a elite dos cantores que faziam sucesso no rádio nos anos 1930 e foi, mais tarde, influência para artistas como João Gilberto, Caetano Veloso e Tom Zé.

Fonte: http://www.ebc.com.br/cultura/2014/04/100-anos-de-dorival-caymmi